terça-feira, 31 de janeiro de 2012

QUEIMADAS E A GUERRA DE CANUDOS

                               Foto: Tropas do cel. Eugênio na pça de Queimadas.


Queimadas e a Guerra de Canudos.

Queimadas fez-se um viveiro de recrutas e um campo de instrução. Os dias começaram a escoar-se monotonamente em evoluções e manobras, ou exercícios de fogo, numa linha de tiro improvisada num sulco aberto na caatinga próxima. E o entusiasmo marcial dos primeiros tempos afrouxava, molificando na insipidez daquela Cápua invertida, em que bocejavam, remansando, centenares de valentes, marcando passo diante do inimigo . . .

Dali seguiram, batalhão por batalhão, iludindo em transporte parcial a carência de viaturas, para Monte Santo, onde a situação não variou. Continuaram até meados de junho os mesmos exercícios e a mesma existência aleatória de mais de 3 mil homens em armas, dispostos aos combates mas impotentes para a partida e -- registremos esta circunstância singularíssima -- vivendo à custa dos recursos ocasionais de um município pobre e talado pelas expedições anteriores.

 Dezembro de 1896. 

Segue da Bahia para Queimadas uma força de 200 praças e 11 oficiais, sob o comando do major Febrônio de Brito. Dezembro. Segue a força para Monte Santo com um reforço de mais 100 praças da Bahia. 29 de dezembro. Chega a Monte Santo (543 praças, 14 oficiais e 3 médicos).


3 de fevereiro de 1897. 

Moreira César embarca, no Rio de Janeiro, para a Bahia, comandando a primeira expedição regular. ) 8 de fevereiro. A expedição chega a Queimadas (1.300 homens).

 07 de Fevereiro - 1897

Parte de Salvador com destino a Queimadas, a III Expedição Militar contra Canudos, a mais famosa de todas. Depois de dois grandes fracassos militares das expedições anteriores, ela tinha a responsabilidade de "lavar a honra" do Exército, seguindo equipada com seis canhões Krupp e mais de 1.300 soldados conduzindo 15 milhões de cartuchos. No comando estava o temível Cel. Moreira César, apelidado de "corta-cabeças" devido a sua atuação na repressão ao movimento federalista no sul do país (1893-95). Era grande a confiança na vitória e logo ao chegar em Queimadas, o Cel. Moreira César telegrafou ao Gov. Luís Viana dizendo: "só temo que o fanático Antônio Conselheiro não nos espere". Dias depois em nova mensagem reafirmava: "só receio a fuga dos fanáticos". Nada atemorizava Moreira César, nem mesmo os 2 ataques de epilepsia que sofreu logo nos primeiros dias no Sertão. 
De Queimadas segue para Monte Santo e em 22 de fevereiro, parte para Canudos. Ao passar pelo Cumbe (atual Euclides da Cunha) manda prender e humilhar o Padre Vicente Sabino por este manter relações amistosas com Conselheiro.

Junho de 1897. 

Reúne-se em Queimadas a nova brigada Girard: 1.042 praças e 68 oficiais. 3 de agosto. Parte de Queimadas a brigada Girard, comandada por um coronel. 10 de agosto. Parte de Monte Santo, para Canudos, dirigida pelo major Henrique José de Magalhães.

 Efetivação da rede telegráfica de comunicação em Queimadas como uma estratégia de Guerra para facilitar a comunicação...1897. 

A custo terminara-se a linha telegráfica de Queimadas, pela comissão de engenheiros militares, dirigida pelo tenente-coronel Siqueira de Meneses. E foi a única coisa apreciável durante tanto tempo perdido. O comandante-em-chefe, sem carretas para o transporte de munições, desapercebido dos mais elementares recursos, quedava-se, sem deliberar, diante da tropa acampada, e mal avitualhada por alguns bois magros e famintos dispersos em torno sobre as macegas secas das várzeas. O deputado do quartel-mestre-general não conseguira sequer um serviço regular de comboios, que partindo de Queimadas abastecessem a base das operações, de modo a armazenar reservas capazes de sustentar por oito dias a tropa. De sorte que ao chegar o mês de julho, quando a 2 .ª coluna, atravessando Sergipe, se abeirava de Jeremoabo, não havia em Monte Santo um único saco de farinha em depósito. 


Fonte: Portal São Francisco 



                               Prof. José Calasans

Logo abaixo trecho da Literatura de cordel do professor e escritor José Calasans..

"Queimadas telegrafou
Para o Rio de Janeiro
Morto Moreira César
Vítima do Conselheiro
Esta notícia assustou
Todo exército brasileiro.

O senhor ministro da guerra
Tratou de telegrafar
Para todos os comandos
De distrito militar
Que reunisse os batalhões
Urgente para embarcar.

Então do Norte e do Sul
O exército se movia
Vindo tudo se ajuntar
No Estado da Bahia
Queimadas era o ponto
Que as fôrças se reunia".

Fonte: http://josecalasans.com/downloads/canudos_na_literatura_de_cordel/a_guerra_de_canudos.pdf



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